sexta-feira, 24 de setembro de 2010

sábado, 18 de setembro de 2010

Hoje de manhã estava voltando de um compromisso e ao chegar em casa vejo várias viaturas da polícia na frente do prédio. Já imagino alguma tentativa de assalto, algo tão corriqueiro em São Paulo, mas ao entrar na garagem reparo os policiais tentando levantar uma pessoa caída. Atropelamento, bebedeira, várias possibilidades para a ocorrencia. Aí vejo que é uma moça de uns 22 anos, muito bonita, totalmente nua e toda machucada. Ela reluta em entrar no carro, até mesmo em beber a agua que os policiais, muito pacientes e atenciosos, tentam dar. Tem atitudes ora de agressividade, ora de desligamento. Uma vizinha providencia uma blusa e uma calça e, a pedido dos policiais, eu a visto. Ela se chama Milena, tem a pele clara, um sorriso quase infantil e olha para mim com uma expressão entre vaga e suplicante, algo dificil de por em palavras, mas fácil de compreender ao ser visto. Mais uma vez ela tenta impedir a ajuda mas começo a conversar com ela, dizendo que somos todos seus amigos e só vou vesti-la para que não passe frio, fico passando a mão nos seus cabelos tentando criar um certo "vínculo", o que acaba acontecendo e ela vai relaxando. Consigo por a blusa e depois a calça. Nessa hora chega outro carro da policia trazendo um rapaz, desses fortões tatuados, trazendo roupas e com um ar agitado. Ele se apresenta como namorado e tem um braço enfaixado e com sangue recente. É questionado se ela usou drogas e ele nega com veemencia mas pela troca de olhares entre os guardas fica claro que não convenceu ninguém. Resumo: Mais um jovem caminhando para um futuro curto. Imagino que ainda há possibilidade para a Milena seguir outro caminho na vida, torço sinceramente por ela!